Uma travesti quer discutir suas dores, tristezas e desencantos, mas não encontra espaço adequado e uma narrativa que reflita de fato o seu estado de espírito. Utilizando a música como uma metáfora, começa a desfiar o seu rosário de queixas, onde fica patenteada a sua falta de perspectiva diante de uma sociedade preconceituosa que finge aceitar a sua forma de ser utilizando as mais diversas máscaras sociais. A Pane Produções Artísticas possui mais de uma década de existência e desenvolve um trabalho cultural e artístico na Região Agreste de Pernambuco, sempre retratando em suas montagens as questões sociais que, veladas, não se apresentam ao público. Neste trabalho, procurou dar voz a um segmento marginal, encontrando um porto seguro na escritura do consagrado Caio de Abreu. O espetáculo estreou no Festival de Inverno de Garanhuns, sendo muito bem recebido pelo público e pela crítica. Em seguida realizou uma temporada itinerante de cerca de três anos, participando de festivais nos estados da Paraíba, Piauí e Alagoas, quando então pôde perceber a necessidade das plateias de dialogar com os segmentos marginais.

Texto: Caio Abreu
Direção: Pacheco Neto
Design de luz: Pacheco Neto
Trilha Sonora: Marcelo
Maquiagem: Marcelo