Sinopse
Elmano Sancho evoca a conflituosa reviravolta de expectativas em torno do seu nascimento para levantar o véu de Damas da Noite: os pais esperavam uma menina, de nome já destinado, Cléopâtre, mas nasceu um menino. O encenador pretende assim dar vida a esse outro desejado de si mesmo, como se este fosse uma espécie de duplo e existisse numa realidade paralela que Damas da Noite encena. Para erguer essa figura ficcionada chamada Cléopâtre, Elmano Sancho imergiu no mundo fascinante e provocador do transformismo. Os artistas transformistas/dragqueens “vestem a pele de um outro, tentam ser um outro”. São “flores que abrem de noite”, intérpretes de uma transformação “pautada pela transgressão, o desconforto, a ambiguidade, a brutalidade dos corpos e a violência das emoções”. Através dessa interpretação paradoxal da diferença, Damas da Noite explora a presença ou ausência de fronteiras entre realidade (biografia) e ficção, ator e personagem, homem e mulher, teatro e performance, tragédia e comédia, original e cópia, interior e exterior, dia e noite. Nesse jogo de relações, aposta-se a identidade como matéria fluida, “rimbaudiana”, revelando o outro que somos, o estrangeiro que albergamos.
Ficha técnica
TEXTO E ENCENAÇÃO | Elmano Sancho
INTERPRETAÇÃO | Dennis Correia aka Lexa BlacK, Elmano Sancho, Pedro Simões aka Filha da Mãe e Marie Carré (Vídeo)
CENOGRAFIA | Samantha Silva
DESENHO DE LUZ | Alexandre Coelho
ASSISTENTE DE ENCENAÇÃO | Paulo Lage
FIGURINO DE ELMANO SANCHO | Olga Amorim
FIGURINO DE FILHA DA MÃE | Guilherme Gamito
FIGURINO DE LEXA BLACK | Dennis Correia e João Maria Oom
COPRODUÇÃO | Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, TNDMII, TNSJ, Loup Solitaire, Culturproject
APOIO FINANCEIRO À INTERNACIONALIZAÇÃO | República Portuguesa - Cultura / Direção-Geral das Artes e Instituto Camões – CCP Brasília
PARCERIAS e APOIOS | ACEGIS, ABRAÇO, AGUINENSO, CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
Fotos de Sofia Berberan M/16