Dom Hélder Câmara reaparece pedindo paz neste mundo em guerra, evocando numa conversa com Deus, com Cristo e com a plateia a firmeza de rezas fortes ao integrar no poder de suas palavras, a dimensão política que constitui nossa realidade histórica e a necessidade de uma espiritualidade aplicada num autêntico evangelho social. A obra questiona a falta de ecumenismo, a intolerância religiosa e ideológica que nos separam cada vez mais enquanto humanidade e o uso distorcido das crenças limitantes que - por muitas vezes - nos aprisionam. O espetáculo faz reencarnar o poder da palavra, o poder da presença e o poder do exemplo do nosso incansável padre implacável defensor dos direitos humanos e que faz ressoar fortemente os sinos das igrejas velhas de Pernambuco, perguntando: QUEM TEM MEDO DA HISTÓRIA? O espetáculo celebra as atuais comemorações dos 60 anos da nomeação de D. Helder para assumir a Arquidiocese de Olinda e Recife, entrelaçando definitivamente a história de sua vida com Pernambuco. E numa contra-ofensiva contra todo e qualquer fascismo, ou descrença nos pilares essenciais da nossa democracia, a obra adentra do campo politico ao falar do golpe civil-militar e do martírio que foi o sequestro e assassinato do padre Henrique para atingir profundamente a atuação implacavel do nosso arcebispo. D. Helder é o nosso patrono dos Direitos Humanos, é o único brasileiro indicado quatro vezes seguidas ao maior prêmio de reconhecimento da nossa humanidade - o Nobel da Paz. Foram noventa anos de vida, consagradas na fé de buscar a renovação da Igreja Católica, de lutar ininterruptamente pela paz e pela justiça, pela Memória e pela Verdade.

Pesquisa, Roteiro e Direção - Jr. Aguiar
Atuação - Jr. Aguiar, Jefferson Embuá e Tito Mendes
Operação de áudio e luz - Talis Dias
Realização - Coletivo Grão Comum